Saíram de muito longe
Arrancados a força do próprio lar
Muitos aqui nem chegaram
Aos mortos, fundo do mar.
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Em terra estranha passaram a viver
E agora como seria?
Viver ou morrer?
Ou vendidos como mercadoria
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Curvados pela terra a trabalhar
Por um feitor armado por um chicote
E se por um segundo se dispersar
Em suas costas vem como um bote
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Nosso DEUS que do alto nos olha
O que há nesse coração
De um ser racional
Que escraviza o próprio irmão?
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Tanto tempo durou
Mas veio a abolição
Mas será que ela acabou
Com o fantasma da escravidão?
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Nós somos todos os irmãos
Somos filhos de um mesmo pai
Brancos, pretos, vermelhos, amarelos.
Mas perante a Deus somos todos iguais
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Cor não diz nada
Nós somos todos irmãos
Pois o homem que salvou o mundo
Nunca fez distinção
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Ninguém é melhor que ninguém
Morreremos todos do mesmo jeito
Você é inteligente
Diga não ao preconceito
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A esse povo racista
Deixo minha conscientizarão
Cor de pele não diz nada
O que diz é o coração...
